sexta-feira, 29 de abril de 2011

Um poema/Uma incerteza

V.Kursh




O tempo corre no forte caudal do rio e a dúvida persiste:

Para onde me levas rio tempestuoso neste meu navegar sem leme nem timoneiro?




"Surdo, subterrâneo rio de palavras
me corre lento pelo corpo todo;
amor sem margens onde a lua rompe
e nimba de luar o próprio lodo.

Correr do tempo ou só rumor do frio
onde o amor se perde e a razão de amar
--- surdo, subterrâneo, impiedoso rio,
para onde vais, sem eu poder ficar?

Eugénio de Andrade






2 comentários:

Justine disse...

Estamos sintonizadas, Benó! Só me apetece ler Eugénio de Andrade, neste tempo de April/Maio...

Graça Pires disse...

Eugénio de Amdrade é inesquecível. Gostei de encontar aqui este poema. Obrigada.
Um beijo.