O tempo corre no forte caudal do rio e a dúvida persiste:
Para onde me levas rio tempestuoso neste meu navegar sem leme nem timoneiro?
"Surdo, subterrâneo rio de palavras
me corre lento pelo corpo todo;
amor sem margens onde a lua rompe
e nimba de luar o próprio lodo.
Correr do tempo ou só rumor do frio
onde o amor se perde e a razão de amar
--- surdo, subterrâneo, impiedoso rio,
para onde vais, sem eu poder ficar?
Eugénio de Andrade
me corre lento pelo corpo todo;
amor sem margens onde a lua rompe
e nimba de luar o próprio lodo.
Correr do tempo ou só rumor do frio
onde o amor se perde e a razão de amar
--- surdo, subterrâneo, impiedoso rio,
para onde vais, sem eu poder ficar?
Eugénio de Andrade
2 comentários:
Estamos sintonizadas, Benó! Só me apetece ler Eugénio de Andrade, neste tempo de April/Maio...
Eugénio de Amdrade é inesquecível. Gostei de encontar aqui este poema. Obrigada.
Um beijo.
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