sábado, 20 de agosto de 2011

O vento em retiro



Sabemos que ele anda aí porque ouvimo-lo lá no alto, a passar dum lado para o outro, espreitando entre as clareiras do arvoredo.
Na agradável brincadeira a que se entrega, leva consigo algumas folhas já maduras para depois as lançar, para dentro do lago, a querer lembrar-nos da sua presença e do que é capaz.
Nós, cá em baixo apercebemo-nos do seu queixume e quase entendemos os lamentos sussurrados, por não chegar até nós.
Um muro denso e verde protege-nos, também, de olhares gulosos e curiosos. Deliciosamente, bebericamos refrescos enquanto os livros são lidos e meditados na calma e sossego que o local nos oferece.
Aqui, perto do Atelier, num retiro ocasional, encontramo-nos a nós próprias.

3 comentários:

Justine disse...

Boas férias, Benó, nesse cantinho tranquilo e sem vento! Por aqui tem sido vendaval atrás de vendaval, nem apetece andar no jardim...

Elvira Carvalho disse...

Um texto excelente amiga. Prosa feita poesia em cada palavra. Adorei.
Um abraço e uma boa semana

Graça Pires disse...

Umas excelentes férias, amiga Benó.
Sem vento forte e com muita alegria.
Um beijo.