quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Numa Tarde de Inverno





As chamas consomem devagar os troncos de madeira que cuidadosamente e com uma certa disciplina coloquei na grelha da lareira.


Sento-me no meu sofá preferido e fico a olhar, como que hipnotizada, as labaredas que, numa dança ardente, vão consumindo a matéria nesta doce tarde de Inverno.

No meu regaço pousa um livro à espera de ser lido “ Para a minha irmã”, da Jodi Picoult; ao meu lado a cestinha do “tricot” com uma camisola em meio fazer, mas, sinto-me só e nem a leitura nem os trabalhos manuais me entusiasmam e, assim, fico com o meu olhar perdido nas chamas e o pensamento livre divaga em recordações, em doces lembranças dum tempo recente. O Rom-Rom vem fazer companhia ao livro e aninhar-se no meu colo enquanto começo a ouvir a chuva que cai com alguma intensidade de encontro às vidraças da janela por onde escorre como lágrimas de mulher que perdeu o amor da sua vida.

Uma letargia mole começa a invadir-me mas não quero abandonar-me ao Morfeu que, sempre, teimosamente, vem tomar-me em seus braços por esta hora do dia. Quero continuar desperta para te beijar quando regressares para junto de mim.

Nesta bela tarde de Inverno em que, para ser completa, só a tua presença física falta, sinto que este sentimento que nos une, ainda arde e queima como as chamas desta lareira que me serve de companhia mas cujo fogo não é suficiente para me aquecer.
As mãos que desejam as tuas começam a ficar frias e precisam do teu calor.

Vem depressa!

2 comentários:

O Profeta disse...

O cantar da saudade...


Na noite onde se esconde o canto dos pássaros
De onde nasce este manto de bruma
Para que norte viajam os teus anseios
O que procuras perdido na espuma


Bom fim de semana


Mágico beijo

nOgS disse...

Que delícia este post.

Beijinhos!