segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Declinio



A tarde, amena, convidava à reflexão.
Sentada na esplanada à beira-mar bebericava vagarosamente o sumo de laranja que pedira sem gelo.
O sol, já em declínio, projetava no húmido areal as sombras longas dos maçaricos que se entretinham na dura faina da procura de minhocas ou de pequenos crustáceos para o seu alimento ou na agradável brincadeira de bicar as bolhas de ar que enfeitavam a areia depois do avanço e recuo da maré que vazava.
Pegou no seu bloco de capa azul e traçou uns riscos, garatujou umas letras.
Esperava.
De olhos fechados para o mar, ficou a lembrar o abraço que há tanto aguardava, os beijos que queria sentir e tardavam.
Naquela tarde amena de Outono, o sol partia mas ela ficava, como sempre.

Esperava

3 comentários:

Justine disse...

Doe e nostálgico, o teu texto...assim é este período do ano!
(e vê-se, pelo teu comentário no meu post, que és uma avó experiente a inventar histórias de encantar:))))
Abraços

Elvira Carvalho disse...

Um texto saudoso, e nostálgico. Um dia decerto a espera acabará. Há que ter esperança.
Um abraço e bom fim de semana

O Árabe disse...

Bucólica paisagem, amiga. Como se coaduna bem com o texto! :) Boa semana, fic abem.