domingo, 13 de novembro de 2011

Na missa

Os dedos suaves, sedosos, acariciam silenciosamente as pregas da saia azul enquanto sentada, espera o início da missa dominical.
Depois de composta a saia de modo a não ficar desvincada quando a cerimónia terminasse, o que demoraria uma hora mais ou menos, passeou o olhar pelos fiéis-presentes mais próximos e com um leve aceno de cabeça cumprimentou a Mariazinha que se encontrava na outra ponta do banco corrido.
Há quanto tempo não a via.
Parecia mais magra, mas agora toda a gente faz dieta para emagrecer, demais a mais que o verão está aí e a praia já convida.
Bem que ela gostaria de perder uns quilinhos mas, para isso teria de abdicar de certas guloseimas que adorava e, pensando, pensando, o fim não justificava os meios.
Deitou mais um “rabinho de olho” para o lado e, realmente, a Mariazinha estava mais magra.
Estaria doente?
Coitada!.
Sozinha, ali na aldeia, com a velha tia rabugenta, certamente não era por dietas feitas que emagrecera.
Quando acabasse a missa iria cumprimentá-la e perguntar-lhe pela saúde.

1 comentário:

Justine disse...

Um belo começo para um conto que promete!
Abraços