sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Nem sempre há amanhã





Não me fales dos velhos sem carinhos nem afectos, abandonados nos vãos das escadas, embrulhados em buracos de cobertores .

Das mulheres mal tratadas, violadas, mortas por incógnitos monstros.

Não me fales da solidão de quem vive só e nunca sentiu o calor de um abraço Ou de quem nunca viu o sorriso duma criança, ou a chama ardente dum por de sol.

Não me lembres da tristeza dos homens desesperados pela falta de pão sobre a mesa

Não me fales.

Não me lembres.

Não digas nada.das chagas de vidas não vividas mas sentidas.

Tudo é efémero, inconstante, volátil como bola de sabão

Deixa que o sonho siga no barco da ilusão na procura dum perfumado futuro.



2 comentários:

Elvira Carvalho disse...

Muito bom amiga.
Um abraço e bom Domingo

Justine disse...

Sim, o sonho por dias melhores é preciso, mas também é preciso não ignorar as misérias e as violências dos dias reais, para que não esqueçamos a luta!