sábado, 23 de maio de 2009

ABANDONO


Barcos no estaleiro em total abandono; botes nas margens apodrecendo, abandonados como coisa que já não presta a não ser para os ratos construirem os seus ninhos e daí partirem roendo e comendo tanto desperdício no cais.


Teias de aranha a servirem de cortinados nas janelas que ainda são atraentes mas, que se encontram, também elas, esquecidas e abandonadas.
Flor abandonada no chão, símbolo, talvez, de amores acabados; um bichano mostrando o ventre no seu abandono total para uma carícia….

Os montes, outrora lares das gentes do campo que tinham tudo o que precisavam para o seu sustento e dos seus mesmo ali ao pé da porta: a horta, a seara, o pocilgo, o galinheiro, o palheiro e o ….mar.


Bastava dizer: “Mulher, põe as batatas ao lume que vou apanhar um peixe para o almoço”. Uma cavala, um sargo, umas liças ou umas bogas, alimento que o mar dava como complemento para o sustento das famílias que nos montes viviam isoladas.

Hoje, são lares abandonados em ruínas que eu olho com tristeza, mas que a natureza, sempre pródiga nas suas ofertas, continua a embelezar com o desabrochar de flores em multicoloridos como que a fazer-nos esquecer que as crianças já ali não correm pelos campos floridos nem os namorados se encontram para troca de beijos e promessas de amor eterno. Tudo isto hoje, também, abandonado.

A palavra ABANDONO foi o mote para que 35 olhares nos dessem a sua visão sobre ela e no-la apresentassem no PPP.
Clique aqui e depois, com calma e ABANDONO de tempo, visite cada um dos bloguistas participantes.

5 comentários:

Graça Pires disse...

O campo. O abandono das casas. As cidades superlotadas. Outra vida. Outras inquietudes...
Um beijo.

Maré Viva disse...

Abandono, palavra triste, qualquer que seja o significado que se lhe atribua...
Beijinhos.

O Árabe disse...

Belo texto, amiga! Um doce sabor de saudade. :) Boa semana.

Elvira Carvalho disse...

O ano passado andei por algumas aldeias do norte, outrora fervilhantes de vida, e agora, transformadas em aldeias fantasmas.
Um abraço

Eu, sem clone disse...

Por quê isso? Por quê?? Praga da civilização? Que pena!